quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Os Juízes dos Infernos



Depois de terem recebido as honras da sepultura, e atravessado o Estige e o Aqueronte, as almas comparecem ante os seus juízes.
Aí os príncipes despojados do seu poder, os ricos privados dos seus tesouros confundem-se com os humildes e com os pobres: os culpados não podem contar nem com apoio nem com proteção; a calúnia não pode manchar nem mesmo atingir as pessoas de bem. O tribunal está situado em um lugar chamado Campo da Verdade, porque nem a mentira nem a maledicência podem aproximar-se, de um lado confina com o Tártaro, do outro com os Campos Elíseos.

Os juízes são três: Radamanto, Eaco e Minos. Os dois primeiros instruem a causa, e pronunciam geralmente a sentença; em caso de incerteza ou indecisão, Minos, que ocupa o local mais elevado que os outros juízes, intervém como árbitro, e o seu veredicto é irrevogável. Castigos e recompensas são proporcionados aos aos crimes e às virtudes. Há crimes irreparáveis que dão ensejo a condenações perpétuas; outros há menos graves que permitem a liberdade do culpado, depois de cumprir a sentença. Se os três juízes dos Infernos estão investidos de tão importantes funções, é porque na terra foram modelos de equidade.

Referências
Mitologia Grega e Romana - P. Commelin