sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Indo além de Mitologia Grega: o ressurgimento dos jogos olímpicos



Muitos séculos depois de seu desaparecimento, assistiu-se na França o ressurgimento das olímpiadas.
O principal responsável por esse fato um educador francês, Pierre de Fredi, barão de Coubertin. Ele não mediu esforços para convencer várias nações de que a realização periódica de competições internacionais traria benefícios sociais a todos participantes. Coubertin acreditava que o brilho da Grécia antiga devia-se, em grande parte, à importância que os gregos davam no esporte.
Convencido da dificuldade de se fazer justiça durante as competições, o barão adotou a frase que se resume em o "espírito olímpico": o essencial não é vencer, mas competir com lealdade.
Assim, na Grécia, onde as olimpíadas foram realizadas primeiramente, aconteceu o seu ressurgimento, nos dias entre 06 e 15 de abril de 1896, com a participação de 13 países e 311 atletas, todos do século masculino.
Para a realização do evento, construiu-se um estádio em mármore e, durante os dez dias de competição, disputaram-se provas de levantamento de peso, esgrima, tênis, ginástica artística, natação (em mar aberto), tiro ao alvo, ciclismo, lutas e várias provas de atletismo.


sábado, 25 de agosto de 2012

Apolo (ou Febo) - Primeira Parte


Apolo lançando flechas contra os gregos

Filho de Júpiter e de Latona, irmão gêmeo de Diana, Apolo ou Febo nasceu na ilha de flutuante de Delos, que a partir desse momento ficou estável e imóvel pela vontade do jovem deus ou pelo favor de Netuno. Desde a adolescência, tomou sua aljava e as terríveis flechas e se vingou da serpente Píton que tão obstinadamente perseguira a sua mãe.
A serpente foi morta, esfolada, e a sua pele serviu para cobrir a trípode sobre a qual a Pitonisa de Delfos se sentava para proferir os seus oráculos.
Com uma face radiante de beleza, uma cabeleira loira que lhe caía em anéis graciosos sobre os ombros, de um talhe alto e desenvolvido, de uma atitude e de um andar sedutores.
Apolo amou a ninfa Coronis que o tornou pai de Escápulo.
Esse filho de apolo, que sobressai na Medicina, tendo usado segredos de sua arte para ressuscitar Hipólito, sem o consentimento dos deuses, foi fulminado por Zeus.
Apolo, furioso, trespassou com as flechas, os Ciclopes que haviam forjado o raio. 
Por essa vingança, considerada um atentado, Apolo foi expulso do Olimpo. Exilado do céu, condenado a viver na terra, refugiou-se  em casa de Admeto, rei da Tessália, cujos rebanhos guardava.
Tal era o encanto que exercia em torno de si nos campos, tão numerosos, os divertimentos com que embelezava a vida bucólica, que os próprios deuses ficaram com ciúme dos pastores.

Referências
Mitologia Grega e Romana - P. Commelin

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

A Pítia ou Pitonisa


Sacerdotisa de Delfos

Os gregos davam o nome de Pitonisas a todas as mulheres que tinham a profissão de adivinhas, porque o deus da adivinhação, Apolo, era cognominado Pítio, quer por haver matado a serpente píton, quer por ter estabelecido o seu oráculo em Delfos, cidade primitivamente chamada Pito.
A pítia ou pitonisa propriamente dita era sacerdotisa do oráculo de Delfos. Sentada sobre o trípode ou cadeira alta com três pés, acima do abismo hiante donde brotavam as pretensas exalações proféticas, ela divulgava os seus oráculos uma vez por ano, no começo da primavera.
No começo só houve uma Pítia, mais tarde, quando o oráculo mereceu inteiro crédito, elegeram-se muitas sacerdotisas, que se substituíram umas às outras e podiam sempre dar resposta em um caso importante ou excepcional.
Antes de sentar na trípode, a Pítia sempre se banhava na fonte de Castália, jejuava três dias, mascava folhas de loureiro, e com religioso recolhimento, cumpria várias cerimônias. terminados esses preâmbulos, Apolo prevenia a sua chegada ao templo que tremia até os alicerces. Então a Pítia era pelos sacerdotes conduzida à trípode. Era sempre em transportes frenéticos que ela se desempenhava das suas funções, dava gritos, uivos e parecia possuída por um deus. Assim que desvendava o oráculo caía numa espécie de aniquilamento, que algumas vezes durava muitos dias. "Muitas vezes, diz Lucano, a morte imediata foi o prêmio do seu sofrimento e do seu entusiasmo".
A Pítia era escolhida com cuidado pelos sacerdotes de Delfos, que, por seu turno, eram encarregados da interpretação ou redação dos oráculos. Exigia-se que ela tivesse nascido legitimamente, que tivesse sido educada simplesmente e que essa simplicidade transparecesse em seus costumes. Não devia conhecer nem as essências nem tudo quanto o luxo refinado faz imaginar às mulheres. Era de preferência escolhida em uma casa pobre, onde tivesse vivido na mais completa ignorância de todas as coisas. Era bastante que soubesse falar e repetir o que o deus lhe dissesse. 
Nem sempre o oráculo era desinteressado. Mais uma vez, por instigação dos seus ministros, e pelo boca de sua sacerdotisa, Apolo cortejou riqueza e poder. Os atenienses, por exemplo, acusaram a Pítia de se haver deixado corromper pelo ouro de Filipe da Macedônia. 
O costume de consultar a Pítia remontava os tempos heróicos da Grécia. Diz-se que foi Femonoe a primeira sacerdotisa do oráculo de Delfos que fez o deus falar em versos hexâmetros, acrescenta-se que ela vivia sob o reinado de Acrício, avô de Perseu.

Referências
Mitologia Grega e Romana - P. Commelin


A Criação do Mundo




Na origem, nada tinha forma no universo. Tudo se confundia, e não era possível distinguir a terra do céu nem do mar. Esse abismo nebuloso se chamava Caos. Quanto tempo durou? Até hoje não se sabe. 
Uma força misteriosa, talvez um deus, resolveu pôr ordem nisso. Começou reunindo o material para moldar o disco terrestre, depois o pendurou no vazio. Em cima, cavou a abóbada celeste, que encheu de ar e de luz. Planícies verdejantes se estenderam então na superfície da terra, e montanhas rochosas se ergueram acima dos vales. A água dos
mares veio rodear as terras. Obedecendo à ordem divina, as águas penetraram nas bacias para formar lagos, torrentes desceram das encostas, e rios serpearam entre os barrancos.
Assim, foram criadas as partes essenciais de nosso mundo. Elas só esperavam seus habitantes. Os astros e os deuses logo iriam ocupar o céu, depois, no fundo do mar, os peixes de escamas luzidias estabeleceriam domicílio, o ar seria reservado aos pássaros e a terra a todos os outros animais, ainda selvagens. Era necessário um casal de divindades para gerar novos deuses. Foram Urano, o Céu, e Gaia, a Terra, que puseram no mundo uma porção de seres estranhos.

Referências
Contos e Lendas da Mitologia Grega - Claude Pouzadoux


quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Hades (Plutão)


Hades

Plutão, ou mais vezes em grego Hades, irmão de Júpiter e de Netuno, era o terceiro filho de Saturno (Cronos) e Réia. Arrancado graças a Zeus do seio de seu pai que o devorara, mostrou-se reconhecido de um tal benefício, e não hesitou em auxiliar seu irmão na luta contra os Titãs. Depois da vitória, obteve em partilha o Reino dos Infernos. Por causa da fealdade ou natureza de sua fisionomia, por causa sobretudo da tristeza do seu império, nenhuma deusa consentiu em associar-se à sua coroa. Foi por isso que resolveu raptar Prosérpina (equivalente à Perséfone grega) e fazê-la sua esposa.

"O Rapto de Perséfone"

O seu palácio está no meio do tártaro. É daí que ele vela, como soberano, pela administração dos seus Estados, e dita as suas inflexíveis leis. Os seus súditos, sombras miseráveis e ligeiras quase todas, são tão numerosos como as ondas do mar, e as estrelas do firmamento; tudo quanto a morte ceifa na terra recai  sob o cetro desse deus, aumenta sua riqueza, ou fica sendo sua presa. Desde o dia em que inaugurou o reinado, nenhum dos seus súditos tentou uma rebelião. Dos três deuses soberanos que governam o mundo, ele é o único que nunca teve que temer a insubordinação ou a desobediência, o único cuja autoridade é universalmente reconhecida. 

Hades e Perséfone

Mas para ser obedecido, não é menos odiado e temido. Assim ele não tinha na terra, nem templo nem altar, e não se compunham hinos em seu louvor. o culto que os gregos lhe rendiam distinguia-se por cerimônias particulares. O sacerdote fazia queimar incenso entre os cornos da vítima, amarrava-a, abria-lhe o ventre com uma faca de cabo redondo feito de ébano. As coxas do animal eram particularmente consagradas a esse deus. Os seus sacrifícios só podiam ser feitos nas trevas, sobre vítimas negras, vendadas com fitas da mesma cor, e com a cabeça voltada para a terra. era especialmente venerado em Nisa, em Opunto, em Trezene, em Pilos e entre os eleanos, onde existia um espécie de santuário que só se abria uma vez ao ano, e onde só podiam entrar os sacrificadores. Epimênida, diz Pausânias, fizera colocar a sua estátua no templo de Eumênides, e, contra o uso comum, estava representando sob uma expressão e atitude agradáveis.

Hades e o Cérbero

Os romanos tinham posto Plutão, o Hades dos gregos, não somente ao número dos doze grandes deuses, mas também entre os oito escolhidos, os únicos que podiam ser representados em ouro, prata e marfim. Havia em Roma padres vitimários, especialmente consagrados a Plutão. Imolavam-lhe, como na Grécia, vítimas de cor sombria, e sempre em número par, enquanto que aos outros deuses elas eram em número ímpar. Essas vítimas ficavam inteiramente reduzidas a cinza, e o sacerdote não reservava nada, nem para o povo nem para si. Antes da imolação cavava-se um buraco para receber o sangue, e aí se derramava o vinho das libações. durante esses sacrifícios, os padres ficavam com a cabeça descoberta, e era recomendado aos assistentes um absoluto silêncio, mais por medo do deus que respeito.
Plutão foi de tal maneira temido entre os povos da Itália, que o criminoso condenado ao suplício era-lhe antes consagrado. Depois desse ato religioso, qualquer cidadão que encontrasse o culpado podia impunemente matá-lo. No monte Sócrates, na Itália, Plutão partilhava com Apolo as honras de um templo, assim procedendo os faliscos, habitantes do lugar, tinham julgado dever venerar ao mesmo tempo o calor subterrâneo e o fulgor do astro do dia. Os povos do Lácio e dos arredores de Crotone tinham consagrado ao rei dos infernos o número fatídico, pela mesma razão os romanos consagrara-lhe o segundo mês do ano, e nesse mês o segundo dia foi especialmente designado para a oferta dos sacrifícios.

Cronos devorando um dos filhos

Plutão é ordinariamente representado com uma barba espessa e um ar severo, muitas vezes com um capacete, presente de Ciclope, cuja propriedade era torná-lo invisível, algumas vezes cinge-lhe a fronte uma coroa de ébano, de avenca ou narciso. Quando está sentado no seu trono de ébano ou de enxofre tem na destra ora um cetro negro, ora uma forquilha ou uma lança, outras vezes mostra chaves na mão, para exprimir que as portas da vida estão para sempre fechadas àqueles que vão ter seu império. Também é representado em um carro tirado por quatro cavalos negros  e fogosos. O atributo que mais comumente se vê a seu lado é o cipreste, cuja folhagem sombria exprime a melancolia e a dor. Os sacerdotes desse deus, nos dias de sacrifícios, enfeitavam as suas vestes com coroas.

Referências
Mitologia Grega e Romana - P. Commelin


Nomes dos deuses gregos e equivalentes romanos




Os Oráculos



"Consultando o Oráculo", de John William Waterhouse


O desejo de conhecer o futuro e de saber a vontade dos deuses, fez nascer os oráculos. 
Existiam, além do de Delfos, de Cumes, de Claros, de Dídimo ou de Mileto que proferia Apolo, e os de Dodone e Amon, reservados a Zeus. Ares possuía um na Trácia, Hermes em Patras, Afrodite em Pafos, Atena em Micenas, Ártemis na Colchida, Hércules em Gades, etc.
Os oráculos divulgavam de diferentes modos.ora pra obtê-los, eram necessárias muitas formalidades preparatórias, jejuns, sacrifícios, lustrações, etc., ora o consultante recebia uma resposta imediata ao chegar. 
A ambiguidade era um dos caracteres mais comuns dos oráculos, e o duplo sentido só lhe podia ser favorável.

Referências
Mitologia Grega e Romana - P. Commelin

sábado, 18 de agosto de 2012

Indo além da Mitologia Grega: Heróis Romanos - O Rapto das Sabinas



Quando Rômulo fundou Roma, poucas pessoas queriam morar na cidade, sobretudo as mulheres. Assim, Rômulo convidou as tribos sabinas vizinhas para uma festa. Os homens de Rômulo raptaram as mulheres sabinas.Aí estourou a guerra. Mas as mulheres pediram pela paz e os dois povos se uniram sob a liderança de Rômulo.

Referências
PubliFolha - Mitologias

Indo além da Mitologia Grega: Heróis Romanos - Sibila



Havia várias Sibilas, ou profetisas, na mitologia clássica. A mais importante para os romanos foi Sibila, a sacerdotisa de Apolo, que vivia em Cumas, na Itália. Os deuses a tinham feito imortal, mas ela envelheceu e enrugou tanto que os sacerdotes a penduraram na parede, dentro de um jarro. Quando Enéias foi visitá-la, Sibila o levou ao mundo dos mortos, onde Anquises mostrou-lhe o futuro glorioso que Roma teria.

Referências
PubliFolha - Mitologias

Indo além da Mitologia Grega: Heróis Romanos - Ascândio



O filho de Eneias, Ascândio, era também chamado de Iulo. Depois da morte do pai, tornou-se rei da cidade paterna, Lavínio. 
Obteve uma vitória famosa contra os etruscos. Depois, foi até o lugar onde Enéias sacrificava uma porca e seus filhotes para fundar a cidade de Alba Longa, perto da futura cidade de Roma.

Referências
PubliFolha - Mitologias

Indo além da Mitologia Grega: Heróis Romanos - Turno



Turno, filho do rei Dauno e da ninfa Venília, era rei dos rútulos, uma tribo italiana. Ele estava noivo de Lavínia, filha de Latino. Quando Enéias chegou ao Lácio, Latino prometeu a filha ao herói troiano. Muito zangado, Turno declarou guerra contra Latino e Enéias, mas foi morto.

Referências
PubliFolha - Mitologias

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Os Juízes dos Infernos - Radamanto, Eaco e Minos


Radamanto era filho de Zeus e Europa e irmão de Minos. Ao princípio esteve na Boécia, onde se casou com Alemene, viúva de Anfitrião, e foi estabelecer-se na Lícia. 
Em toda parte adquiriu a reputação de um príncipe justo, mas severo; também nos Infernos as suas decisões têm cunho não só de justiça mas de rigorosa severidade. Ele é designado para julgar particularmente os habitantes da África e da Ásia. Foi ele quem ensinou a Hércules o manejo do arco. É ordinariamente representado com um cetro e sentado em trono de Zeus, à porta dos Campos Elíseos.

Eaco era filho de Zeus e de Egina, nasceu na ilha que tem o nome de sua mãe e da qual foi rei. 
Nos Infernos é encarregado de julgar os europeus. 
Tendo a peste despovoado o pequeno reino que governava, obteve de seu pai que as formigas fossem transformadas em homens, e os seus novos súditos ficaram sendo chamados de Mirmidões (da palavra grega 'murmex', formiga). 
Foi o pai de Peleu e avô de Aquiles.

Minos era irmão de Radamanto e, como ele, filho de Zeus e Europa.
Governou a ilha de Creta com muita sabedoria e doçura. Para dar mais autoridade às suas leis, de nove em nove anos ele se retirava em um antro onde pretendia que Zeus lhas ditava. 
Fundou em Creta muitas cidades, entre as quais Gnosse e Festo. 
Presidente da corte infernal, investiga atentamente a vida dos mortais e submete todas as suas ações ao mais severo exame. 
Representam-no com um cetro na mão, citando os mortos perante o seu tribunal, ou sentado entre as sombras cujas causas se advogam em sua presença.

Referências
Mitologia Grega e Romana - P. Commelin

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Os Juízes dos Infernos



Depois de terem recebido as honras da sepultura, e atravessado o Estige e o Aqueronte, as almas comparecem ante os seus juízes.
Aí os príncipes despojados do seu poder, os ricos privados dos seus tesouros confundem-se com os humildes e com os pobres: os culpados não podem contar nem com apoio nem com proteção; a calúnia não pode manchar nem mesmo atingir as pessoas de bem. O tribunal está situado em um lugar chamado Campo da Verdade, porque nem a mentira nem a maledicência podem aproximar-se, de um lado confina com o Tártaro, do outro com os Campos Elíseos.

Os juízes são três: Radamanto, Eaco e Minos. Os dois primeiros instruem a causa, e pronunciam geralmente a sentença; em caso de incerteza ou indecisão, Minos, que ocupa o local mais elevado que os outros juízes, intervém como árbitro, e o seu veredicto é irrevogável. Castigos e recompensas são proporcionados aos aos crimes e às virtudes. Há crimes irreparáveis que dão ensejo a condenações perpétuas; outros há menos graves que permitem a liberdade do culpado, depois de cumprir a sentença. Se os três juízes dos Infernos estão investidos de tão importantes funções, é porque na terra foram modelos de equidade.

Referências
Mitologia Grega e Romana - P. Commelin

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Os Infernos - Quarta Parte


Hércules combatendo a Hidra de Lerna

Diante do vestíbulo dos Infernos, na estreita passagem que conduz à sombria morada, habitam pavorosos espectros. É ali a morada escolhida pela Dor, pelo Luto, pelos pungentes Remorsos, pelas pálidas Moléstias, pela triste Velhice, pelo Terror, pela Fome, essa má conselheira, pela vergonhosa Indigência, pela Fadiga, pelo Abatimento, pela Morte. 
Aí também se veem o Sono, irmão da Morte, as Alegrias culpadas, e defronte a Guerra Assassina, as jaulas de ferro das Eumênidas e a cega Discórdia, cuja cabeleira cheia de serpentes está entrelaçadas por fitas ensanguentadas. No meio do vestíbulo eleva-se um olmo copado, imensamente grande, onde residem os Sonhos quiméricos, que aderem sob todas as folhas. Encontram-se ainda nesse lugar outros monstruosos espectros de toda espécie e conformação: são centauros, seres híbridos, gigantes de cem braços, a hidra de Lerna, uma quimera que vomita fogo, e silvam horrivelmente Gorgones e Harpias, homens compostos de três corpos em um só. É por esse caminho medonho que chegam as almas e daí se encaminham para os juízes, mas é preciso que antes de tudo atravessem os rios infernais.

Referências
Mitologia Grega e Romana - P. Commelin

Os Infernos - Terceira Parte


O Tártaro propriamente dito vinha depois do Inferno dos maus: era a prisão dos deuses. Cercado de um tríplice muro de bronze, sustentava os vastos fundamentos de terra e dos mares. A sua profundidade era bem afastada do céu. Era aí que estavam encerrados os Titãs, os Gigantes e os deuses antigos expulsos do Olimpo pelos deuses que reinavam vitoriosamente, era lá também que estava o palácio do rei dos Infernos.
Os Campos Elíseos eram a morada feliz das almas vitoriosas, reinava aí uma eterna primavera, a terra sempre alegre cobria-se incessantemente de verdura, de folhagem, de flores e frutos. Á sombra dos bosques embalsamados, das moitas de roseiras e de mirtos, alegrados pelo canto e pelo gorjeio das aves, regados pelas águas do Letes, correndo em doce murmúrio, as almas afortunadas gozavam o mais delicioso repouso, uma perpétua mocidade, sem sobressaltos e sem dor. Deitados sobre leitos de asfodelo, planta de pálida folhagem, ou molemente reclinados sobre a fresca relva, os heróis contavam mutuamente as suas empresas ou ouviam poetas que celebravam os seus nomes em versos de uma encantadora harmonia. Nos Campos Elíseos finalmente estavam reunidos todos os encantos e prazeres, assim como no Inferno dos maus estavam reunidas todas as espécies de tormentos.

Referências
Mitologia Grega e Romana - P. Commelin


Os Infernos - Segunda Parte


Entretanto, é possível fazer uma ideia geral da carta geográfica dos Infernos tal qual a Antiguidade a imaginava no seu conjunto.

Distinguiam-se quatro regiões principais:
A primeira, mais vizinha da terra, era o Érebo, para além estava o Inferno dos maus, a terceira região compreendia o Tártaro, e a quarta os Campos Elíseos.

No Érebo viam-se os palácios da Noite, do Sono e dos Sonhos; era a morada de Cérbero, das Fúrias e da Morte. Era aí que erravam durante cem anos as desgraçadas sombras cujos corpos não tinham recebido sepultura; quando Ulisses evocou os mortos, aqueles que lhe aparaceram, diz Homero, saíram todos do Érebo.
O Inferno dos maus era o lugar temível de todas as expiações: era lá que o crime recebia seu justo castigo, era lá que o remorso atormentava as suas vítimas, era lá que enfim se faziam ouvir as lamentações e os gritos agudos de dor. Aí estavam todos os gêneros de tortura. Esta região horrível, cujas planícies eram apenas aridez, cujas montanha eram apenas rochas e declives, encerrava tanques gelados e lagos de enxofre, e pez fervendo onde as almas eram sucessivamente mergulhadas e passavam pelos suplícios de um frio ou de um calor extremo. Essa região era cercada de pântanos lamacentos e fétidos, de rios de águas empoçadas ou abrasadas, formando uma barreira impossível de transpor, e não deixando às almas nem uma esperança de fuga, de consolação nem de socorro.

Referências
Mitologia Grega e Romana - P. Commelin

Os Infernos - Primeira Parte


Na mitologia grega e romana, os Infernos são os lugares subterrâneos onde descem as almas depois da morte para serem julgadas, e receber o castigo dos seus crimes ou a recompensa das boas ações. "Todos os caminhos levam aos Infernos", disse um poeta antigo; isto é, à morte e consequente julgamento. 
Esses lugares subterrâneos, situados a uma profundidade incomensurável embaixo da Grécia e a Itália, estendiam-se até os extremos confins do mundo então conhecido; e assim como a Terra era cercada pelo rio Oceano, eles eram cercados e limitados pelo Reino da Noite. Acreditavam os gregos que a sua entrada estava situada nos antros vizinhos do cabo Averno, ao sul do Peloponeso; os romanos supunham que haviam outras entradas mais perto deles, como, por exemplo, os abismos do lago Averno, as grutas vizinhas de Cumas. De resto, tanto na Grécia como na Itália, era crença geral que todas as cavernas, todas as anfractuosidades, as fendas do solo cuja profundidade ninguém nunca sondara, podiam estar em comunicação com os Infernos. 

Hades, o deus grego 
dos mortos

Será supérfluo e pueril tentar uma descrição desse império subterrâneo, onde a imaginação dos poetas, auxiliada pela credulidade dos povos, se aprouve em introduzir particularidades divergentes e muitas vezes contraditórias.

Referências
Mitologia Grega e Romana - P. Commelin

Monte Olimpo



Depois que os deuses e os Titãs entraram em conflito, os três deuses mais poderosos dividiram o cosmo - Posêidon ficou com o mar, Hades com o mundo subterrâneo e Zeus com o céu. 
Zeus escolheu o Olimpo para sua morada e ali foram viver doze dos principais deuses e deusas. 
No Olimpo era sempre primavera, mas um anel de gelo separava os deuses dos mortais abaixo.

Referências
PubliFolha - Mitologias

Os Olímpicos - Afrodite



Afrodite era a deusa do amor, da sexualidade e da beleza. 
Sua equivalente romana é chamada de 'Vênus'. 
Segundo Hesíodo, ela nasceu quando Cronos cortou os órgãos genitais de Urano e arremessou-os no mar. Da espuma surgida ergueu-se Afrodite.

Os Olímpicos - Héstia



Deusa do lar e a mais velha dos Olímpicos, que incluíam Posêidon, Zeus e Deméter, Héstia era a mais pacífica das divindades. Protegia a estabilidade da família e a ordem social, e presidia a outorga de nomes às crianças.

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PubliFolha - Mitologias

Os Olímpicos - Hefaístos



O ferreiro divino Hefaístos (ou Hefesto) nasceu manco e tão feio que sua mãe, Hera, atirou-o no rio Oceano. Salvo pelas ninfas, torou-se um artesão famoso, que fazia belos ornamentos com pedras preciosas e corais. 
Impressionados com seus talentos, os deuses o levaram de volta para o Olimpo e fizeram dele o deus do fogo e do artesanato. Suas criações iam de armaduras mágicas que tornavam invencíveis quem as vestisse, até Pandora, a primeira mulher.

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PubliFolha - Mitologias

Os Olímpicos - Posêidon



Posêidon, deus do mar, era uma divindade poderosa que, com um aceno do tridente, provocava tempestades e terremotos. Era famoso por sua ira e brigava muito com os outros deuses, tentando impor seu poder sobre diferentes regiões da Grécia. Seus animais sagrados eram o cavalo e o touro, que as pessoas sacrificavam atirando-os no mar.

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PubliFolha - Mitologias

Os Olímpicos - Dioniso



Deus do vinho e dos folguedos, filho de Zeus e de Sêmele, Dioniso era representado como touro, bode ou rapaz. Vagava por todo o país, bebendo vinho sem parar. Certa vez, capturado por piratas, Dioniso transformou o mar em vinho e os piratas em toninhas.

Referências
PubliFolha - Mitologias

Os Olímpicos - Ares



O temido Ares era o deus da guerra. Era filho de Zeus e Hera, dizia-se que Ares era a encarnação da ira da mãe. Aterrador no campo da batalha, tinha  um grito de guerra que era capaz de matar um mortal, foi pai de diversos heróis, quase tão fortes e terríveis quanto ele. Foi também amante de Afrodite, com o qual teve um filho, Eros. Enciumado, Hefaístos, marido de Afrodite, apanhou os amantes na cama usando uma rede tão forte que nem mesmo Ares pode rompê-la.

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PubliFolha - Mitologias

Os Olímpicos - Deméter



Deusa das colheitas e da fertilidade do solo, Deméter era adorada junto com a filha Perséfone. Em Elêusis, perto de Atenas, Deméter ensinou o rei Triptólemo a arar e terra e semear o trigo. 
A cidade tornou-se famosa por seus rituais secretos, que davam aos iniciados esperança de uma nova vida após a morte, simbolizada por uma espiga, que era também o emblema da fertilidade do solo.

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PubliFolha - Mitologias

Os Olímpicos - Zeus



Filho caçula dos Titãs Cronos e Réia, Zeus derrotou os Titãs e tornou-se rei dos deuses. Era ele quem governava os deuses que viviam no no Monte Olimpo, assegurando a justiça e presidindo a ordem social. Zeus punia os inimigos com seus raios, que os Ciclopes faziam para ele.  Nos céus, seus domínios, Zeus fixava a ordem das estações e o curso das estrelas. Ele teve três esposas: Metis, Têmis e Hera, e muitos com deusas, ninfas e mulheres mortais.

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PubliFolha - Mitologias

Os Olímpicos - Apolo



Filho de Zeus e da deusa Leto, Apolo era o deus da luz, das artes, da medicina e da música. Sua luz era a do Sol e podia ser fonte de vida ou de destruição, benigno ou ameaçador. Na juventude, era dissoluto e vingativo contra qualquer mulher que o desprezasse. Quando Cassandra recusou suas investidas, ele lhe concedeu o dom da profecia, mas decretou que ninguém jamais acreditaria em suas predições. Com o tempo, tornou-se mais calmo, e passou a usar seus dons para cura, a música e a previsão do futuro através de seu oráculo em Delfos.

Referências
PubliFolha - Mitologias


Os Olímpicos - Hera



A terceira mulher de Zeus, Hera, deusa do casamento e do parto, era rainha dos Olímpicos. Tinha muitos ciúmes do marido e se vingava das rivais, entre elas Sêmele, Leto e Io, e dos filhos delas. Todos sofreram muito devido aos ciúmes de Hera. Os gregos chamavam o casamento Hera com Zeus de Casamento Sagrado, o que mostra a importância que atribuíam a união entre homens e mulheres.

Referências
PubliFolha - Mitologias

Os Olímpicos - Atena


Pintura em vaso representando
 Atena confrontando o Posídon

Deusa da sabedoria, Atena nasceu da testa de Zeus, depois que este engoliu a mãe dela, Metis. Seu símbolo era a mais sábia das aves, a coruja. Sabia tecer e tinha habilidade para as artes, além de ser uma deusa guerreira. Carregava uma lança e um escudo - a égide - ornamentando com a cabeça da Górgone Medusa, que petrificava quem quer que a visse. Atena era a protetora de uma região da Grécia conhecida como Ática, cuja principal cidade recebeu seu nome: Atenas.

Referências
PubliFolha - Mitologias

Os Olímpicos - Ártemis


Figura de Ártemis com muitos 
seios que a representava como 
deusa do parto


Embora Ártemis, deusa da caça e irmã gêmea de Apolo, apareça muitas vezes como uma moça jovem, levando um arco, ela também era protetora dos filhotes de animais. 
Ártemis era casta e enfurecia-se quando ameaçada. No templo de Éfeso, há uma estátua com muitos seios que a caracteriza como deusa do parto.

Referências
PubliFolha - Mitologias

Os Olímpicos - Hermes



Mensageiro dos deuses, Hermes era filho de Zeus e da ninfa Maia. Como deus responsável por tudo o que se relacionasse com movimento, viagem, estradas, moedas e transações comerciais, aparecia sempre usando um chapéu de viajante e sandálias aladas. Na mão, levava  uma varinha mágica feita de duas cobras enroscadas numa haste. Hermes tinha um lado desagradável: às vezes era portador de mentiras e falsos relatos, e podia presidir a transações suspeitas, além de negócios lícitos.

Referências
PubliFolha - Mitologias

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Os Olímpicos



Os deuses mais importantes da Grécia eram aqueles que residiam no Monte Olimpo, chamados, de maneira geral, de 'Olímpicos'. 
Dizia-se que havia havia doze Olímpicos, além de Zeus, o mais poderoso de todos. Quando não estavam ocupados com suas próprias rivalidades e amores (Zeus tinha muitas consortes, tanto divinas como humanas), os deuses frequentemente intervinham nos assuntos humanos. Por exemplo, Atena protegeu heróis como Héracles e Perseu, e ajudou Ulisses a achar o caminho para casa, na volta para Tróia. Mas a influência dos deuses nem sempre era benéfica - foi Afrodite quem levou à eclosão a Guerra de Tróia.

Referências
PubliFolha - Mitologias

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Indo além da Mitologia Grega: Heróis Romanos - Latino


Lavínia

O rei do Lácio, Latino, cuja mulher era Amata, tento manter a paz quando estourou a guerra entre Enéias e Turno. Amata queria que a filha Lavínia se casasse com Turno, de modo que incentivou Latino a lutar contra Enéias. Quando Turno foi morto por Enéias, fez-se a paz com os troianos.

Referências
PubliFolha -Mitologias

As Musas - Segunda Parte



As Musas não eram somente consideradas deusas, mas prodigalizaram-se-lhes todas as honras da divindade. Eram feitos sacrifícios em seu louvor em várias cidades gregas e da Macedônia.
As Musas tinham, em Atenas, um magnífico altar; e, em Roma, muitos templos.
Comumente o templo das Musas era também o templo das Graças, visto que os cultos eram comuns e raramente separados. Nos festins eram sempre invocadas e saudadas (taça em punho). Ninguém, porém, as honrou como os poetas, que jamais deixaram de invocá-las, no começo de seus poemas.
O Parnaso, o Hélicon, o Pindo, o Piero eram sua moradia costumada. O cavalo alado, Pégaso, que só aos poetas empresta o dorso e as asas, ia pastar habitualmente nessas montanhas e nos arredores. Entre as fontes e os rios, Hipocrênio, a Castália e o Permesso eram-lhes consagrados; entre as árvores, a palmeira e o loureiro. Quando elas passeavam juntas, Apolo, coroado de louros e com a lira na mão, abria a marcha e conduzia o cortejo.
Apelidavam-nas em Roma - Camenes, expressão que significa "agradáveis cantoras". O seu sobrenome de Piérides origina-se de Piero, monte da Macedônia, que elas frequentavam. Alguns poetas, porém, dão a essa palavra outra explicação. Piero, rei da Macedônia, dizem eles, tinham nove filhas, exímias todas na Poesia e Música. Orgulhosas do seu talento, elas ousaram desafiar as Musas no próprio Parnaso. A luta foi aceita, e as ninfas da região, designadas para árbitros, pronunciaram-se em favor das Musas. Indignadas por essa decisão, as Piérides se arrebataram nas suas invectivas, e quiseram mesmo bater em suas rivais. Mas Apolo interveio, e as metamorfoseou em pegas. Em consequência dessa vitória, as Musas tomaram o nome de Piérides. 
O sobrenome Libétrides, dado também às Musas, tem sua origem, ou na fonte de Libetra, na Magnésia, ou no monte Libétrio, os quais lhe eram consagrados.

As Musas: Calíope



'Calíope' vem de um nome grego composto que significa 'belo rosto'. Esta era a musa da Poesia heroica e da grande eloquência. É representada sob a aparência de uma jovem, de ar majestoso, a fronte cingida de uma coroa de ouro, emblema que, segundo Hesíodo, indica sua supremacia entre as outras Musas. Está ornada de grinaldas, com uma das mãos, empunha uma trombeta; e com a outra um poema épico. Os poetas julgam que ela é mãe de Orfeu.