Perséfone é uma das figuras mais
conhecidas da mitologia grega. Como foi narrado nas lendas de Orfeu e Psiquê,
ela era a rainha do mundo subterrâneo e guardiã dos segredos dos mortos,
governando junto com o marido, o deus Hades.
Perséfone
Ela era uma jovem de rara beleza,
tinha o coração muito puro e morava com a mãe Deméter, a deusa da colheita e da
germinação, num jardim muito bonito. As duas viviam alheias aos conflitos e
disputas terrenas, na mais completa harmonia. Mas um dia tudo mudou.
O Retorno de Perséfone
Hades viu Perséfone quando ela
passeava pelos campos verdes, colhendo flores, e se apaixonou perdidamente.
Decidiu então que a raptaria para viver consigo no mundo das trevas. O chão se
abriu, e de dentro da terra ele saiu numa carruagem puxada por dois cavalos
pretos. Perséfone tentou correr, assustada com a visão da criatura vestida sob
um capuz preto e sem rosto, mas Hades a alcançou e entrou pela rachadura na
terra, segurando ela com força pelo braço. Assim que chegaram no reino sombrio,
Hades fez com que Perséfone comesse uma romã, a fruta dos mortos. A partir de
então, ela estaria ligada a ele para sempre.
Deméter ficou sabendo do rapto
por um garoto chamado Triptólemo, que trabalhava no campo e tinha testemunhado
tudo. Ela então fez um acordo com Zeus no qual nove meses do ano, Perséfone
ficaria na terra e os outros três meses, permaneceria com o marido nas trevas.
Dessa forma, tudo foi resolvido.
E embora passasse nove meses com a mãe, Perséfone não podia revelar a ninguém
os segredos do mundo dos mortos. Ela teve também como missão, gerar o deus
Dionísio-Baco, a pedido de Zeus. Mas esta é uma outra estória.
O reino de Hades era cheio de
mistérios. A entrada para se chegar lá ficava numa abertura na parede ao pé do
monte Tênaro e logo na entrada da gruta podia se ver uma escada que descia até
desaparecer no meio da escuridão. Os degraus levavam para debaixo da terra e
para as margens do Estige, o rio dos mortos. Para atravessar, a alma tinha que
levar uma moeda para dar a Caronte, o velho barqueiro com cara de caveira, que
transportava os mortos para o outro lado do rio. Era lá onde ficavam os portões
do inferno e o guardião Cérbero, cão de três cabeças e calda de serpente. Ele
devorava qualquer um, vivo ou morto, que se atrevesse a ultrapassar os limites
dos portões. Era neste mundo que também se encontravam as Fúrias, as deusas da
vingança, criaturas que assombravam através dos pesadelos; as Moiras, que
teciam o fio do destino; as Danaides, condenadas a encher um tonel sem fundo e
a deusa Hécate, que guardava os portões junto com o cão Cérbero.
E foi nesse mundo que Perséfone
passou a viver, apesar de toda a sua beleza e inocência. Por causa de sua
piedade, alguns conseguiram sair de lá sãos e salvos, como foi o caso de
Héracles, Orfeu e Psiquê.
Referências
http://mitogrego.zip.net
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