Da união deles nasceram primeiro
seis meninos e seis meninas, os Titãs e as Titânides, todos de natureza divina,
como seus pais. Eles também tiveram filhos. Um deles, Hiperíon, uniu-se à sua
irmã Téia, que pôs no mundo Hélio, o Sol, e Selene, a Lua, além de Eo, a
Aurora. Outro, Jápeto, casou-se com Clímene, uma filha de Oceano. Ela lhe deu
quatro filhos, entre eles Prometeu. O mais moço dos Titãs, Crono, logo, logo ia
dar o que falar. A descendência de Urano e Gaia não parou nesses filhos.
Conceberam ainda seres monstruosos como os Ciclopes, que só tinham um olho, bem
redondo, no meio da testa, e os Cem-Braços, monstros gigantescos e violentos.
Os coitados viviam no Tártaro, uma região escondida nas profundezas da terra.
Nenhum deles podia ver a luz do dia, porque seu pai os proibia de sair. Gaia, a
mãe, quis libertá-los. Ela apelou para seus primeiros filhos, os Titãs, mas todos
se recusaram a ajudá-la, exceto Crono. Os dois arquitetaram juntos um plano que deveria acabar com o poder tirânico
de Urano. Certa noite, guiado pela mãe, Crono entrou no quarto dos pais. Estava
muito escuro lá, mas o luar lhe permitiu ver seu pai, que roncava tranqüilo.
Com um golpe de foice, cortou-lhe os testículos. Urano, mutilado, berrou de
raiva, enquanto Gaia dava gritos de alegria. Esse atentado punha fim a uma
autoridade que ela estava cansada de suportar, e a inútil descendência deles
parava aí — ou quase... Algumas gotas de sangue da ferida de Urano caíram na
terra e a fecundaram, dando origem a demônios, as Erínias, a outros monstros, os Gigantes, e às
ninfas,
as
Melíades.
Referências
Contos e Lendas da Mitologia Grega - Claude Pouzadoux
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